Alimentação saudável fortalece os cabelos

Ressecados, quebradiços, sem brilho. Às vezes não tem jeito. Não adianta virar para cá, mexer para lá, fazer escova, chapinha, nem usar cremes e pomadas. Não importa o esforço, não dá para fazer as pazes com o cabelo. Em inglês, isso já tem até nome: “bad hair day”. O dermatologista integrante da Sociedade Brasileira de Medicina Estética, Ademir Junior, explica que não existe receita para todo mundo, mas uma alimentação pobre em proteínas, ferro e outros nutrientes deixa sua marca na cabeleira.

“Fios mais fracos, que crescem menos e caem muito podem ser conseqüência do que o dono (ou a dona) das madeixas coloca no prato. Uma alimentação adequada pode deixar o cabelo forte, com mais vida, saúde e beleza", diz o dermatologista. Segundo o especialista no assunto, uma dieta equilibrada, com proteínas, carboidratos e vegetais, especialmente os de cor verde escuro, é importante para manter a saúde capilar.

Ele explica que o fio de cabelo é um tecido morto. A parte viva é a de dentro, chamada de folículo piloso. "No fundo do cabelo, no couro cabeludo, tem uma célula que está se proliferando e fazendo com que esse cabelo cresça progressivamente. E essa célula é muito susceptível a questões alimentares e a doenças mais sérias", diz Ademir lembrando que alimentos adequados podem deixar o cabelo forte, com mais vida, saúde e beleza"

Por isso, segundo ele, dietas radicais de emagrecimento podem danificar o cabelo, alterando a taxa de crescimento, tornando-o mais quebradiço e aumentando a queda. E os efeitos danosos aparecem cerca de dois a três meses depois. "Tive uma paciente que fez dieta de três semanas comendo só gelatina, tomando água e fazendo uma hora de caminhada por dia. Ela acabou com o cabelo", conta Ademir.



Grandes deficiências de vitamina C ou excessos de vitamina A podem danificar os fios, tornando-os mais ressecados. Já no caso de outros nutrientes, como o ferro, pequenas alterações podem trazer reflexos desagradáveis. "Não é preciso ter redução importante de ferro para ter queda de cabelo, fios mais finos e quebradiços. As mulheres, principalmente, costumam ter muita deficiência de ferro por causa das dietas de hoje em dia e da perda de sangue na menstruação, por exemplo", conta o especialista, lembrando que a produção normal e saudável dos cabelos também depende da ingestão de proteínas, encontrada nas carnes vermelhas, ovos, leite, peixes, frangos e outros alimentos. "Cerca de 60% a 90% da composição do cabelo é proteína", afirma Ademir.

A especialista em gestão de varejo de moda Monalisa Barbosa Freire não usa coquetel nem vive no salão fazendo hidratações. Dona de madeixas longas, ela diz não saber bem qual o segredo da saúde dos seus fios. Mas revela que não descuida da alimentação. "Como muita salada, não deixo de comer feijão, gosto de frango e peixe e carne de vez em quando. Me alimento bem", conta. Caso parecido com o da designer Zianne Torres, que tem cabelos longos desde a adolescência e, além de ter atenção com o que come, evita expor os fios a danos externos, como o sol, a poeira e tinturas.

"O ideal é que a pessoa tenha uma ingestão de proteína e uma dieta variada, principalmente rica em ferro", diz, ressaltando, no entanto, que não há um alimento específico que deva ser ingerido em maior quantidade para melhorar a saúde do cabelo. O importante é identificar a causa do problema e, se ela for de fato de fundo nutricional, repor o nutriente que está "em falta". De nada adianta usar suplementos de ferro ou se empanturrar de alimentos ricos no mineral se o organismo não tem carência de ferro.



Com a adoção de uma alimentação equilibrada, os fios novos vão nascer mais saudáveis, fortes e bonitos. Quanto às pontas, pode-se investir em condicionadores, especialmente os sem exágüe e produtos com silicone para melhorar a textura. Mas, segundo Fabiane, isso é só uma maquiagem para melhorar a aparência do cabelo até que os fios saudáveis cresçam e substituam os danificados. O cabelo cresce mais ou menos um centímetro por mês durante cerca de seis anos. No final do crescimento, ele vai entrar em período de repouso e, em dois a três meses, vai cair.

Fonte: Diário de Pernambuco