Brasil, 21 de Setembro de 2024
13 de junho de 2005

Cabelos caem mais no outono

Cabelos caem mais no outono



Cabelos caem mais no outono

* Dra. Solange Teixeira, dermatologista

 O velho dito popular segundo o qual no outono caem as folhas e os cabelos tem um “q” de verdade, segundo os especialistas. Nesta estação, acontece o que os dermatologistas chamam de eflúvio telógeno decorrente do sol de verão. Tradução: os raios solares a que se expõem no verão precipitam ou aumentam a queda dos cabelos de um a quatro meses depois. O resultado é um aumento nos consultórios dermatológicos do número de pacientes assustados com o cabelo caindo mais do que o normal. O processo é normal, e nas pessoas sem tendência à calvície, os fios que caem logo são substituídos por outros.

O aumento da queda de cabelos no outono não deve deixar as pessoas preocupadas. Deve-se procurar um dermatologista para se investigar as causas do problema e fazer um acompanhamento dos resultados do tratamento proposto. No consultório, observamos se está havendo um afinamento ou enfraquecimento dos fios, e se, nas regiões mais críticas do couro cabeludo, predominam os fios telógenos (que estão para cair) ou anágenos (que estão em crescimento).

Além da exposição ao sol, a queda excessiva de cabelo (mais de 100 fios por dia) pode ser provocada por mudanças hormonais no pós-parto; febre alta, infecção grave, resfriado forte; doenças da tireóide; dieta inadequada em proteína; medicamentos; excesso de vitamina A; tratamentos de câncer; pílulas anticoncepcionais; baixo nível de ferro no sangue (o que pode ser motivado por período menstrual de volume ou duração prolongada); grandes cirurgias; estresse; doenças crônicas; problemas emocionais como ansiedade e depressão.
 
Vejamos uma das causa mais comuns para a calvície:

Hereditariedade
É a causa mais comum da calvície e a tendência pode ser herdada tanto do pai quando da mãe. Um estudo mostrou que, em cada três homens, aproximadamente dois desenvolvem alguma forma de calvície ao longo de suas vidas, e em muitos casos, o quadro evolui para uma situação de perda quase total do cabelo. Mulheres com a chamada alopécia androgenética desenvolvem cabelos ralos, mas dificilmente ficam carecas. Os tratamentos, inclusive medicamentosos, evoluíram muito nos últimos anos e dependem, fundamentalmente, do diagnóstico que é feito, uma vez que as causas podem ser variadas. O diagnóstico é realizado por meio de história clínica, analise dos fios e do couro cabeludo e exames complementares. Na história clínica, são importantes dados como dieta, uso de medicamentos, vitaminas, histórico familiar, doenças recentes e cuidados habituais com os cabelos. No caso das mulheres, deve-se perguntar também sobre ciclo menstrual, gravidez e menopausa. Além de examinar o couro cabeludo do paciente, o dermatologista pode checar o fio de cabelo ao microscópio, fazer o teste da tração e solicitar exames laboratoriais, incluindo biópsia do couro cabeludo.

Para fazer o diagnóstico e nortear o tratamento da queda de cabelo, podemos utilizar uma nova técnica chamada de fototricograma digital, que combina luz microscópica digital e softwares de imagens analíticas para contar o número, o comprimento e tipo de fios em determinada área. O método representa um avanço importante, porque ajuda na análise da resposta terapêutica e direciona melhor o tratamento.

Depois de fazer fotos de vários ângulos do cabelo do paciente, escolhemos um trecho para fazer a fototricogramia digital. Nesta área-alvo, os fios são mapeados, ampliados em 20 vezes e depois fotografados. Na tela do computador, aparecem os fios em detalhes, desde os mais fortes até os que estão quase desaparecendo de tão fininhos. Em poucos minutos, o programa diz a quantidade, o tamanho e o tipo de fios, ou seja, se eles são crescentes ou minguantes. Na próxima consulta, o paciente repete o procedimento e pode observar, juntamente com a sua médica, os resultados do tratamento que está sendo adotado.

* Dra. Solange Teixeira é dermatologista da Clinderm, de São Paulo, e médica da Escola Paulista de Medicina.

 

 

 
Mais notícias sobre Notícias do Setor | Voltar
ÁREA DO EXPOSITOR e MONTADOR
Usuário
Senha
Usuário
Senha