Congresso de Tricologia discute a complexidade do cabelo do brasileiro

Durante o 3º Congresso de Tricologia, a engenheira química e pesquisadora científica, Sonia Corazza, fez um passeio pela história para determinar a formação dos cabelos no Brasil.

"A formação dos nossos cabelos começou pelos índios, está no código genético de muitos que estão aqui neste evento", declarou. No entanto, a pesquisadora ressaltou a descoberta de um crânio humano, nos anos 1970, que ganhou o nome de Luzia, indicando que por aqui, antes dos índios, cerca de há 11 mil anos, já havia negros, o que pode tornar ainda mais complexa a formação das madeixas no país.

Sônia destacou que, com as colonizações, o país recebeu os caucasianos, cujos cabelos não são preparados para a radiação solar existente no Brasil e, praticamente junto com eles, os negros. Depois vieram italianos, alemães e suíços, também com cabelos frágeis para nosso clima. Mais recentemente, no final do século XX, chineses, coreanos e bolivianos aportaram aqui dando, enfim, ao Brasil uma tipologia capilar única.

"Essa miscigenação faz com que tenhamos muita diversidade: vários graus de encaracolamento, do suave ao totalmente encaracolado; grande variedade de tipos quanto à porosidade dos fios e, por fim, um couro cabeludo misto, couro oleoso e fio ressecado", afirmou Sônia.

Por tudo isso, a profissional destacou que o processo de envelhecimento do cabelo brasileiro é muito maior. "Convido os participantes deste Congresso a começarem a classificar o cabelo nacional. Cabe a nós fazer isso, a indústria cosmética não sabe, precisamos fazer um banco de dados de nossos clientes com registros e análises de tudo o que fazemos, para obtermos melhores resultados, afinal, nem todos trazem no tipo físico uma demonstração clara de suas origens".



Por Márcia Britto