Empresários e poder público discutem soluções
para o crescimento do Brasil |
Oito horas de discussão, mais de 660 empresários e políticos
envolvidos e R$ 4 milhões arrecadados para projetos sociais. Estes foram
os resultados do seminário "O Desafio do Crescimento Econômico",
do 6º FÓRUM Empresarial, realizado no último final de semana,
em Comandatuba, Bahia, evento que foi marcado pela discussão aquecida em
torno do crescimento sustentável do Brasil. Geração de emprego,
renda, melhoria dos investimentos, valorização da eficiência,
redução do gasto público e da carga tributária estiveram
entre os principais temas discutidos.
"Nesse Fórum temos a rara oportunidade de reunir a nata do empresariado
ao lado de alguns dos mais proeminentes nomes do mundo político brasileiro.
Havendo entendimento e convergência, o Brasil só pode andar mais
rápido e ser mais competitivo", afirma João Doria Jr, presidente
do LIDE.
Com um discurso marcado por duras críticas ao governo, o presidente
da Federação das Indústrias de São Paulo - FIESP,
Paulo Skaf, abriu o seminário questionando o fim da CPMF e a alta carga
tributária, hoje em 44% do PIB. "O crescimento tem que ser uma obsessão
do governo. Não há como crescer sem fazer reformas. A desburocratização
é extremamente necessária, assim como a melhoria de gestão.
Não há motivo para se prorrogar a CPMF sendo que boa parte dos serviços
(saúde, previdência, educação) é paga pela população",
afirma o empresário.
Para Skaf, o câmbio valorizado provoca uma grande perda de competitividade
do Brasil no exterior. E a demora nas reformas e a falta de investimento em infra-estrutura
são determinantes para o crescimento médio de 4,1%. "A alta
taxa de juros, além de desestimular o investimento produtivo, tem causado
a queda do dólar, o que tem feito nossas indústrias perderem competitividade
no mercado externo”, declarou o empresário.
Já o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, defendeu-se das
críticas ao ressaltar a criação do Plano de Aceleração
do Crescimento (PAC) e o real valorizado. “O PAC não dá conta
de tudo, mas atende o essencial. O câmbio valorizado barateia o consumo
da maioria da população e os tributos financiam os serviços
públicos, como o Sistema Único de Saúde (SUS)", defende
o deputado.
Chinaglia disse que as causas na demora das reformas são as divergências
políticas. No entanto, durante o discurso, o deputado ressaltou as ações
atuais do governo tais como: criação da Super Receita, combate às
fraudes na previdência e a volta nas extintas Sudam (Superintendência
de Desenvolvimento do Amazonas) e Sudene (Supertendência de Desenvolvimento
do Nordeste).
"Faz parte do censo comum criticar o Congresso. No entanto, não
há como pensar em diminuir a carga tributária e tirar serviços,
como o SUS, da população.A taxa tributária no Brasil tem
uma alta taxa indireta.Temos que discutir como melhorar isso", defende Chinaglia.
Eleito a personalidade empresarial de 2007 pelos membros do LIDE, Jorge Gerdau,
presidente do conselho da siderúrgica Gerdau, foi aplaudido de pé
várias vezes por uma platéia de cerca de 500 pessoas, entre empresários
e parlamentares. Criador do projeto "Movimento Brasil Competitivo",
Gerdau elaborou um estudo no Ministério da Previdência onde concluiu
que poderiam ser economizados até R$ 50 bilhões, em até dois
anos, apenas com controle de gastos.
"O Brasil tem condições e pode crescer muito mais com uma
gestão eficiente. No caso do Porto de Santos, as parcerias Político
Público Privadas (PPP) podem melhorar a estrutura e também promover
a geração de empregos com a contenção de custos",
disse o empresário.
De acordo com Gerdau, é preciso conseguir que, por melhoria de gestão,
pelo menos 15% do orçamento público seja destinado a investimentos.
Isso permitiria uma adequação da carga tributária brasileira,
uma das mais elevadas do mundo. No ano passado, a soma da arrecadação
de impostos foi equivalente a 44% do PIB (Produto Interno Bruto). Em países
emergentes, a média é de 20%. "Não quero favor, quero
isonomia competitiva. E ela passa por juro, reformas tributária e judiciária,
logística. É isso ou vamos perder a guerra da produtividade",
afirmou Jorge Gerdau.
LIDE-EDH comemora arrecadação recorde
A abertura do seminário "O Desafio do Crescimento Econômico",
do 6º Fórum Empresarial, promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes
Empresariais, no Hotel Transamérica, na Ilha de Comandatuba, começou
animada.
Em apenas 16 minutos, a platéia composta por cerca de 500 convidados
doou ao EDH – Empresários pelo Desenvolvimento Humano, o valor de
R$ 3,9 milhões, um milhão a mais do valor doado no ano passado.
O EDH é uma parceIa do LIDE com o Instituto Ayrton Senna, com o objetivo
de contribuir de forma mais contundente para resolver um dos problemas mais críticos
do Brasil, a educação.
Osmar Zogbi, presidente do LIDE-EDH, destacou a importância de projetos
que fazem a diferença de fato na vida de crianças e jovens. "Em
três anos de atuação, o LIDE - EDH já investiu mais
de R$ 14 milhões de reais em projetos do Instituto Ayrton Senna, nos Estados
de Pernambuco e São Paulo, beneficiando mais de 360 mil crianças
e jovens de comunidades carentes."
Viviane Senna, presidente do Instituto, emocionou a platéia com sua
exposição, que, além de mostrar os resultados dos projetos,
contou com o depoimento de duas crianças pernambucanas beneficiadas pelo
programa Acelera, especialmente convidadas para o Fórum. Além do
montante em dinheiro, as doações incluíram carros, calçados,
bicicletas, refrigerantes e até mesmo espetáculos culturais, como
show de Daniela Mercury e a peça teatral Coração Bazar, protagonizada
por Regina Duarte.
Pelo terceiro ano consecutivo, Francisco e Waleska Santos, em nome do Grupo
Couromoda e do setor coureiro-calçadista fizeram a doação
de 10 mil pares de calçados que serão encaminhados às escolas
atendidas pelo LIDE - EDH - projetos do Instituto Ayrton Senna.
O Instituto Ayrton Senna é responsável pelo desenvolvimento,
coordenação e implementação de projetos educacionais
em parceria com órgãos públicos, com foco na eliminação
do analfabetismo e da defasagem idade/série no Ensino Fundamental. Em 2007,
o LIDE-EDH chega ao Estado da Paraíba.
Segundo João Doria Jr., presidente do LIDE, "O ritmo dos avanços
dos projetos dependerá cada vez mais da nossa capacidade de sensibilização
e mobilização de líderes empresariais". E aproveitando
o gancho, Zilda Arns, que recebeu o Prêmio Personalidade Feminina Lide 2007
das mãos de Viviane Senna, pediu aos empresários contribuições
para a Pastoral da Criança, da qual é fundadora. João e Bia
Doria abriram as doações, que somaram R$ 100.000,00 para a Pastoral,
que é uma organização comunitária, de atuação
nacional, que tem seu trabalho baseado na solidariedade humana e na partilha do
saber.
A sexta edição do Fórum Empresarial reúniu mais
de 600 participantes, entre 320 CEOs, governadores, senadores e deputados federais.
Beleza também em pauta
A sexta edição do Fórum Empresarial que reuniu mais de
600 participantes, entre 320 CEOs, governadores, senadores e deputados federais,
também evidenciou a beleza de homens e mulheres. Durante o evento, as participantes
em especial receberam todos os cuidados de profissionais da beleza em se tratando
de maquiagens e produções de cabelo. A Dior manteve uma equipe de
maquiadores durante todo o Fórum e Celso Kamura foi um dos stylists mais
requisitados. Outra novidade foi a moderna infra-estrutura montada pela equipe
de profissionais da rede Cassolari´s no Hotel Transamérica Comandatuba. |