Giovani Martiucielli: 37 anos dedicados
a beleza da mulher
|
Há
37 anos trabalhando como cabeleireiro, a paixão de Giovani Martiucielli
(foto), pelo mundo da beleza começou quando ele cursava Medicina. Giovani
largou o quarto ano de Medicina para se dedicar ao mundo coiffure. “Se
formos ver existe uma similaridade entre o médico e o cabeleireiro, todos
tratam de pessoas e nós somos um pouco psiquiatra das nossas clientes”.
Durante 4 anos, Giovani fez cursos e trabalhou como assistente de outros cabeleireiros
até se sentir preparado para atuar no mercado. Em 1961 ganhou o concurso
Miss Loleston, o que foi passo para a sua carreira. Se considerando um homem de
muita sorte, Giovani é um apaixonado por sua profissão. “Adoro
o que faço. A dedicação e a humildade são essenciais
para o sucesso do profissional. Todo dia eu aprendo alguma coisa”.
Dono do Salão Colonial, em São Paulo, por 33 anos, passaram pelas
mãos e tesouras de Giovani, as cabeças mais famosas da cidade, entre
socialites e artistas. “O Colonial foi uma passarela de mulheres elegantes.
Era uma casa nos moldes das grandes casas de Paris, onde a cliente era tratada
em ambientes individuais, com muitas salas e espaços aconchegantes, que
faziam com que ela se sentisse como se estivesse em sua própria casa”.
Entre sua clientela estão nomes como da apresentadora Hebe Camargo e
das atrizes Tonia Carrero, Nathalia Timberg e Cacilda Becker. ”Faço
a coloração dos cabelos da Hebe há trinta anos e também
seus penteados para festas. Fiz os cabelos de todos os personagens de Cacilda
para o teatro, com quem trabalhei por mais de 15 anos. A maioria das minhas clientes
estão comigo a longa data, acabamos nos tornando grandes amigos”.
Tendências e moda
Giovani diz acompanhar todas as novas tendências da moda, mas alerta que
elas devem ser adaptadas e não impostas. “Analiso a vida da minha
cliente, seu dia-a-dia, trabalho, seu estilo, antes de mudar seu cabelo. Cada
um tem um estilo que deve ser respeitado, nem sempre o que está na moda
vai ficar bom para todas as mulheres. O cabeleireiro deve saber analisar e trabalhar
de acordo com o estilo de cada cliente”.
Mercado de trabalho
Para Giovani faltam escolas no Brasil para formar os profissionais e o mercado
está muito comercial. “Acho que hoje em dia tem muita tecnologia,
mas artisticamente a coisa piorou e esteticamente não gosto de muita coisa.
Está tudo muito comercial. Levei quatro anos para me tornar um profissional.
O cabeleireiro deve ter humildade, começar como assistente para poder pesquisar
e ir aprendendo. Um bom cabeleireiro não se faz da noite para o dia, isso
leva tempo e muita dedicação”.
|