Hugo Beauty mostrou 100 Anos de Moda
no palco da Hair Brasil |
O gaúcho Hugo Moser levou para o palco da Hair Brasil
uma retrospectiva dos últimos 100 anos de moda, destacando
os principais movimentos e tendências em corte, penteado
e maquiagem de cada década.
Num show de criatividade e riqueza em detalhes, Hugo retratou
as atitudes, costumes e postura das mulheres de cada época.
Com figurino e designer de Othon Spenner e coordenação
e desfile da coreógrafa Carlota Cristina, o show foi
baseado em pesquisas de moda e história.
A seguir, a descrição de cada década,
com elementos que inspiraram o trabalho do cabeleireiro:
1900 – 1909 - Belle Époque
– Mulher-ampulheta, esbelta e elegante, apertada na
cintura com espartilho que realça peitos e bumbum.
A pele é pálida, com um leve tom rosado, imitando
as adolescentes. As sobrancelhas são naturais. Ostentam
coques, cabelos enrolados ou trançados sobre a nuca
ou no alto da cabeça, presos com grampos e prendedores
de chifres ou brilhantes.
1910 – 1919 - As mulheres turcas usam
henna para delinear olhos; as mulheres do deserto, sensuais
e tórridas, inspiram a imagem da vamp, sedutora, narcisista
e impiedosa com os pretendentes. A boca é fina e pintada
de vermelho escuro, e os olhos são enegrecidos com
kajal. Os espartilhos desaparecem, as saias começam
a encurtar.
1920 – 1929 - A década é
marcada pela audácia e pela busca da emancipação
feminina. O tipo de mulher a lá garçonne desponta,
com cabelos curtos e fumando em público. O estilo Art
Decó inspira móveis, objetos, jóias e
também a moda. As saias chegam aos joelhos, a magreza
andrógina está em alta. Louise Brooks inspira
o corte do cabelo reto bem acima da linha da sobrancelha.
Na maquiagem, blush nas faces e cílios muito curvados.
1930 – 1939 - A mulher deve ser magra,
mas não masculinizada. Na cabeça, gorros, chapéus
redondos ou em forma de sino e prato são usados para
a frente. A maquiagem adquire aspecto individual, em formatos
de escultura clássica: sobrancelhas reduzidas e arqueadas,
às vezes totalmente depiladas. Rímel, pestanas
falsas e vaselina para dar brilho à maquiagem dos olhos,
rouge nas faces, lábios desenhados, destacando a parte
superior. Desaparecem os cabelos capacete e as franjas, os
cabelos voltam a crescer e são usados em ondas, preferencialmente
na cor loura.
1940 – 1949 - Segunda Guerra Mundial.
Entre 41 e 45, as roupas austeras tornam-se um pouco mais
militares. Cabelos e maquiagem também são influenciados
pela guerra. A forma das sobrancelhas é levemente curva
e discreta. A boca é o mais importante, bastante maquilada.
Nos filmes, usa-se cabelos compridos. A estrela é Verônica
Lake, com uma cabeleira loura, abaixo dos ombros e ligeiramente
ondulada, dando o glamour que compensa a falta de pele e jóias.
1950 – 1959 - Última grande
década da alta costura, com Cristian Dior à
frente de todos os costureiros. As sobrancelhas são
mais claras e largas, a boca é de boneca, como Brigite
Bardot. Mudanças constantes na cor dos cabelos, que
são lisos ou ondulados curtos e até os ombros.
Usa-se muito laquê, orelhas à mostra e sempre
enfeitadas. Na cabeça, lenços para proteger
o penteado. Arquétipo dos anos 50: cabelos armados
com laquê, delineador (olho de gazela) e unhas vermelhas.
1960 – 1969 - Marcado pela conquista
do espaço, minissaia, feminismo, flower power e pelo
movimento hippie. O ideal da década é uma ninfa
magra e atrevida em fase de experimentação de
sua sexualidade. A maquiagem é natural, sem nada na
pele e na boca, mas com os olhos carregados. As mulheres trocam
a minissaia, os cabelos curtos, as meias de naylon e as botas
de couro por sandálias sem meias, longas vestes e grandes
cabeleiras desgrenhadas.
1970 – 1979 - início da década
de 70 traz as flores nos cabelos, sandálias nos pés
e o idealismo dos jovens hippies dos anos 60. Aos poucos,
surgem as solas de plataforma, calças boca de sino
e camisas de poliéster, vestuário brilhante
para a discoteca, retro-kitsch e future-punk, num movimento
cíclico de experimentação, mistura, repúdio
e recuperação. Cabelos compridos para os homens,
afro para os negros, penteados armados e encrespados, despontando
o black power. A moda dos cortes a navalha cria verdadeiras
esculturas nas cabeças. Jubas volumosas e cortes geométricos
convivem pacificamente.
1980 – 1989 - Estabelece-se a época
punk, com penteados de cabelo em pé e look moicano
integrando as coleções de moda. As mulheres
vivem novamente a febre do romântico. O símbolo
dos anos 80 é o yuppie Miami Vice. Madonna desponta
como ídolo pop na música. Explode a onda da
aeróbica, e a lycra influencia também a moda.
A partir de 85 o espírito party começa a ser
substituído pela preocupação com a AIDS,
a consciência ambiental e, no final da década,
as turbulências políticas.
1990 – 1999 - Década da globalização,
acabam-se as fronteiras. Na moda, o estilo básico passa
a vigorar. Na passarela, o luxo se traduz nos materiais utilizados.
No início dos anos 90 voltam influências dos
anos 60 e 70. A tecnologia está muito presente e transforma
rapidamente a vida nesta década.
2000 - Inspirada no estilo rebelde e extravagante
do inglês Alexander Mcqueen, a mulher-lagarto absorve
os elementos a sua volta e se transforma. Ainda na esteira
da globalização, mistura um pouco de cada época,
mas com um estilo voltado ao cosmopolita. É o futurismo
tecno. Na maquiagem, pedras no rosto simulam escamas do lagarto
mutante.
Clique aqui
para ver mais fotos
|