Lipoaspiração tem
normas mais rígidas
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O Conselho Federal de Medicina acaba de divulgar novos parâmetros
de segurança para a cirurgia de lipoaspiração.
São medidas que regulamentam desde a correta indicação
até o período e as condições de
internação. Podem parecer óbvias, mas
não têm sido respeitadas por alguns profissionais
que encaram o aumento de demanda como uma oportunidade imperdível
de ganhar dinheiro.
“As medidas do CFM são extremamente importantes.
Primeiro, porque protegem os pacientes que, sem qualquer indicação
segura, rendem-se ao marketing de alguns profissionais inaptos
que não têm o mínimo treinamento para
fazer essa ou outras cirurgias. Segundo, porque protegem os
próprios cirurgiões plásticos com formação
correta e título de especialista concedido pela Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica”, diz o doutor
Marcos Grillo, PhD em cirurgia plástica, de Curitiba.
Grillo faz alguns alertas e esclarecimentos para evitar riscos:
1) “Em primeiro lugar, é preciso ter em mente
que lipoaspiração não é um método
de emagrecimento. O bom profissional não cede ao paciente
que insiste no procedimento quando, antes, deveria passar
por um processo de perda de peso.”
2) “Outro ponto que exige total atenção
é o tipo de anestesia empregado. A anestesia peridural
oferece menores riscos. Cirurgiões que costumam optar
por anestesia local correm o risco de ter de aplicar uma quantidade
excessiva da substância – geralmente, Xylocaína
– e ultrapassar a dosagem máxima permitida –
que pode levar a uma parada cardíaca irreversível.”
3) “O líquido injetado antes do procedimento,
que é um composto de soro com adrenalina – substância
vasoconstritora que diminui o sangramento – deve ser
bem dosado, a fim de evitar que uma alta taxa de adrenalina
sobrecarregue as funções do coração.”
4) “Por fim, é preciso que se tenha conhecimento
de que é possível retirar, com segurança,
somente 5% do peso da paciente. Uma paciente que pese 70 quilos
poderá ver-se livre de 3,5 litros de gordura sem nenhum
prejuízo.”
Para o cirurgião plástico André Cervantes, presidente
do Conselho Médico da Estética Onodera, “a criação
de uma Câmara Técnica sobre produtos e técnicas em procedimentos
estéticos mostra um avanço do CFM no sentido de padronizar as normas
utilizadas. Pode até ser o início de um movimento para transformar
a medicina estética em uma especialidade reconhecida”.
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