| O Núcleo de Sol é importante sim, mas
com moderação e proteção
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 * Dr. Luiz Roberto Terzian, médico dermatologista
Com a chegada do verão, as autoridades alertam para os cuidados com
a exposição ao sol. No entanto, apesar do maior calor e exposição
no verão, a proteção da pele deve acontecer durante o ano
inteiro. Ou seja, use e abuse do filtro solar.
O câncer de pele é o mais freqüente de todos os tipos de câncer
que acometem o ser humano. Segundo dados do Registro Nacional de Patologia Tumoral
e Diagnósticos de câncer do Ministério da Saúde, este
tipo de câncer é o mais comum entre os brasileiros de ambos os sexos.
São lesões habitualmente de fácil diagnóstico e que,
quando operadas precocemente, possuem índices de cura acima de 95%.
Segundo estatísticas do FDA (Food and Drug Administration), cerca de 1
milhão de casos são registrados anualmente. Os registros envolvem
todos os tipos de câncer de pele, sendo 40.000 casos de melanoma cutâneo,
o tipo mais fatal de câncer de pele.
Por ser um câncer que compromete inicialmente a pele, o diagnóstico
precoce pode ser feito na maioria dos casos apenas com exame físico (análise
da pele por um dermatologista), dispensando a necessidade de exames sofisticados.
O diagnóstico precoce é a chave para o tratamento de qualquer tipo
de câncer, e também para o câncer de pele. Porém, mais
importante ainda que o diagnóstico precoce é a prevenção,
ou seja, evitar que ele apareça.
A prevenção deve abordar diversos aspectos, porém o mais
importante é evitar a exposição aos raios ultra-violeta,
que são os principais causadores dos cânceres de pele. Deve-se
portanto:
1. Evitar a exposição solar das 10hs às 15hs, quando o sol
é mais forte, pois neste período há maior concentração
de raios ultravioleta;
2. Tomar cuidados especiais em praias, piscinas, passeios ao ar livre e nas montanhas,
onde costumamos estar mais expostos.
3. Os Raios UV são refletidos em algumas superfícies, como neve,
areia, concreto e água, e podem atingir a pele indiretamente. É
importante destacar que esta radiação poderá causar quase
os mesmos danos à pele que a exposição direta ao sol, logo,
o uso de fotoprotetores deve ser feito com o mesmo rigor que quando exposto diretamente
ao sol.
4. Ensinar as crianças a se proteger do sol desde cedo. Segundo alguns
estudos, antes dos 18 anos uma pessoa se expõe a cerca de 80% da radiação
ultravioleta de toda sua vida!! O câncer de pele, as manchas e as rugas,
que aparecerão mais tarde, são em grande parte causados pelo sol
nesta fase da vida. Lembre-se que é fundamental Mantê-las protegidas
usando fotoprotetores adequados, bonés, camisetas e guarda-sol (exposição
direta ao sol);
5. Usar um filtro ou protetor solar, reaplicando periodicamente (a cada 3 horas)
ou após nadar ou suar em excesso, durante todo o tempo em que permanecer
ao sol, mesmo nos dias nublados (os raios UV atravessam as nuvens);
6. Evitar o bronzeamento artificial (são feitos com aplicações
de radiação UVA e UVB).
DICAS E DÚVIDAS FREQUENTES:
1. Nos primeiros sinais de ardor ou vermelhidão da pele, sair imediatamente
do sol.
2. É verdade que “o mormaço queima mais que o sol”?
NÃO, queima igual, o problema é que sentimos menos calor e, por
isso, ficamos mais tempo expostos quando está nublado e nos queimamos mais.
As medidas de fotoproteção devem ser seguidas sempre, esteja sol
ou nublado.
3. De manhã cedo e a tardezinha não tem radiação UV?
Mentira, tem radiação UVA constante durante todo o dia, porém
a radiação UVB é menor nestes períodos do dia.
4. Todo mundo gosta de estar moreno, ficar bronzeado faz bem? NÃO! O bronzeado
é uma espécie de escudo protetor que o corpo tenta fazer para bloquear
os raios UV. Significa que o núcleo de algumas células está
sendo bombardeado por radiações, e ocorre a produção
do pigmento, numa tentativa de defesa do corpo. Como a defesa contra a destruição
de algumas células poderia ser benéfica para o corpo?? Concluindo,
bronzear-se faz mal à pele.
5. O câncer de pele é mais raro nos negros? SIM, as pessoas brancas
têm mais câncer de pele que os negros e orientais, pois tem menor
proteção natural. Quanto mais claro maior a incidência de
tumores cutâneos e maior a necessidade de se proteger. Os mais sensíveis
são as pessoas loiras, ruivas e com olhos claros, que raramente se bronzeiam
(só ficam vermelhas).
6. Existe tendência familiar ao câncer de pele? SIM, quem tem algum
familiar que tem ou teve câncer de pele, tem mais chance de ter um ao longo
da vida.
7. Como desconfiar de um câncer de pele? Devemos estar atentos a dois tipos
distintos de lesões:
A- Manchas escuras na pele, parecidas com pintas. Os sinais que chamam a atenção
são: crescimento rápido da pinta, presença de contornos irregulares,
mais de 2 cores na mesma lesão, diâmetro maior que 5 milímetros,
formato irregular da pinta (não é redonda, superfície irregular).
Estas características são do melanoma, o tumor mais grave da pele.
Se detectado e tratado no começo, tem altos índices de cura.
B- Os sinais dos tumores de pele mais comuns (carcinoma basocelular e espinocelular)
são: lesões na pele parecidas com espinhas ou picadas de insetos,
bolinhas peroladas (esbranquiçadas) na superfície da pele, feridas
que não cicatrizam e de vez em quando sangram, áreas endurecidas
parecidas com cicatrizes e casquinhas ásperas. Estes tumores têm
menos chance de espalhar pelo corpo, porém causam grande destruição
local, principalmente se não tratados precoce e adequadamente.
Na dúvida, sempre consulte seu dermatologista.
* Dr. Luiz Roberto Terzian é médico dermatologista, consultor
do Centro de Pesquisa e desenvolvimento dos laboratórios Stiefel e do Departamento
de Oncologia Cutânea do Hospital do Câncer. Também é
coordenador do Congresso de Manicures Hair Brasil.
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