Brasil, 21 de Setembro de 2024
08 de novembro de 2004

O piscar excessivo pode ser uma doença

O piscar excessivo pode ser uma doença



O piscar excessivo pode ser uma doença

* Dr. André Borba

Piscar é saudável porque a lágrima limpa a córnea e neutraliza microrganismos, que poderiam provocar infecções. Porém, em alguns casos, o ato de abrir e fechar os olhos pode se tornar um incômodo para pessoas portadoras do blefaroespasmo, doença cuja principal característica é piscar de maneira descontrolada e excessiva.

O blefaroespasmo atinge homens e mulheres a partir dos 60 anos. Normalmente, a doença começa de forma discreta e aos poucos vai se intensificando. A pessoa pisca sem parar, a ponto de não enxergar. O indivíduo com blefaroespasmo pode apresentar “cegueira funcional”, o que o incapacita para atividades normais do dia-a-dia, como dirigir, ler, escrever, cozinhar etc.

Quando o tempo passa e o portador não encontra tratamento, a ansiedade aumenta. Muitos acham que o problema é psicológico e consultam especialistas. Artigos médicos revelam que os doentes passam, em média, por três profissionais até obter o diagnóstico. Para o diagnóstico é necessário um minucioso exame oftalmológico que determinará o tipo de blefaroespasmo. A doença ainda não tem cura, mas é controlada com a injeção de toxina botulínica em pontos específicos nas pálpebras. Em geral, observa-se o relaxamento muscular de 3 a 5 dias após a aplicação. O único inconveniente é que a aplicação tem que ser repetida semestralmente.

Foi por meio do uso da toxina botulínica em pacientes com blefaroespasmo que se descobriu o uso cosmético da substância. Já que os pacientes que recebiam a toxina para conseguir manter os olhos abertos ficavam sem rugas após a aplicação.

* André Borba é cirurgião plástico ocular e doutor em
Oftalmologia pela USP.

 

 
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