Brasil, 24 de Setembro de 2024
11 de outubro de 2010

Venda de esmaltes cresce 34% no primeiro semestre, e embalagens são importadas para saciar demanda

Venda de esmaltes cresce 34% no primeiro semestre, e embalagens são importadas para saciar demanda



Venda de esmaltes cresce 34% no primeiro semestre, e embalagens são importadas para saciar demanda

Apaixonada por cores, a arteterapeuta Mônica Araújo, 43, costumava misturar esmaltes para obter novos matizes e driblar a monotonia dos tons de rosa, vermelhos e brancos disponíveis.

Desde que a grife francesa Chanel decidiu apostar no lançamento de cores fora do padrão habitual, como o azul-marinho Blue Satin (em 2008) ou o verde-pistache Jade, o esmalte ganhou força como acessório de moda, com o lançamento sucessivo de mais cores.

Hoje, Araújo tem uma coleção de mais de mil esmaltes -de todas as cores, com variações cintilantes, foscas, neon e, a mais recente novidade, holográficas.
Ela compartilha as compras no blog 9ml.com.br, nome inspirado no volume disponível em cada embalagem. "Planejo a roupa para a ocasião e decido qual esmalte usar", afirma Araújo.

Os fabricantes aproveitam a onda e o mercado vive uma "febre de esmalte": as vendas cresceram 34,8% no primeiro semestre, de acordo com a Nielsen, e as empresas pagam horas extras e compram embalagens no exterior para dar conta da demanda.

As vendas entre janeiro e junho somaram R$ 213,5 milhões. Em São Paulo e mais oito municípios do Estado, a alta chega a 63%.
"O aumento da renda, impulsionado pela classe C, e a mudança de hábito das consumidoras explicam o crescimento. O país tem muito potencial de consumo em produtos de higiene e limpeza. Hoje, uma consumidora chinesa usa mais de 40 tipos de creme para a face. A brasileira, apenas um", afirma Arthur Oliveira, da Nielsen.

O Brasil é hoje o segundo maior mercado em vendas de esmalte, atrás apenas dos EUA, de acordo com dados da consultoria Euromonitor.
Desde março, quando chegou ao mercado a coleção flúor, lançada na São Paulo Fashion Week, a Impala, marca da Mundial, tem demanda acima do esperado. Estendeu o segundo turno até as 2h e abriu vagas.

FORNECEDORES
"A cadeia de fornecedores não estava preparada. Agora a indústria nacional corre para aumentar a disponibilidade de vidros, tampas, e o mercado está recorrendo a outros países", afirma Luciana Marsicano, diretora de marketing da Mundial.

Desde o segundo semestre do ano passado, a Colorama, da L'Oréal, compra parte das embalagens na Índia.
Renata Kameyama, diretora de marketing da Colorama, destaca que, além de novas cores, a empresa investe na sofisticação do produto, com o relançamento da linha única camada, em que não é preciso aplicar o esmalte mais de uma vez.

A fábrica da Risqué, em Taboão da Serra (SP), opera em três turnos, 24 horas por dia, para atender a demanda. A empresa foi comprada em 2008 pela Hypermarcas e espera faturar R$ 282 milhões neste ano, o dobro do patamar anterior à aquisição.

A diretora-executiva de planejamento, Gabriela Garcia, destaca o aumento dos investimentos em publicidade. No ano passado, lançou uma campanha na TV com a atriz Mariana Ximenes. "A expectativa é que a mudança de hábito da consumidora se mantenha e que, com o aumento da renda, mais gente entre no mercado", diz.

Fonte:
Jornal Folha de São Paulo
Texto: JANAINA LAGE

 
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