A sabedoria da natureza

Entre as necessidades comuns a todo ser humano está o alcance da serenidade, da paz interior e de artifícios para combater as atribulações da vida moderna. A conquista do bem-estar físico, mental e espiritual pode estar bem mais acessível do que se pensa, ali mesmo, no jardim, segundo Roberto Otsu, especialista em tradições orientais.

No livro A sabedoria da natureza, lançamento da Editora Ágora, ele ensina o leitor a encontrar respostas para os seus anseios com ensinamentos simples, tomando como exemplo os elementos naturais: as estações do ano, os caminhos da água, as árvores e o céu.

O livro mostra caminhos para o autoconhecimento, comparando as posturas humanas diante dos dilemas com os ciclos naturais, como as estações do ano. Otsu se refere aos temas como efetivas fontes de conhecimento, denominadas de “lições”: “Lições das estações”, “da água”, “do bambu”, “das árvores” e “do céu”.

Segundo Otsu, as estações do ano estão carregadas de significados, adaptáveis às fases da vida. O texto “As lições das estações” revela que as bem definidas mudanças climáticas no hemisfério norte influenciaram o modo de viver e de pensar do povo chinês, que a cada estação preparava-se para enfrentar as adversidades. O curso das águas é outro exemplo, por procurar sempre o caminho mais fácil. “Para os chineses, a água não é apenas água. É um exemplo vivo de como a natureza age e de como as coisas acontecem.”, declara Otsu no capítulo “Lições da água”.

Demonstrações de flexibilidade e resistência estão detalhadas em “As lições do bambu”, que é símbolo de força ao enfrentar a ventania. “O bambu não tem pressa nenhuma de fazer o que tem de ser feito. É no fim da vida que ele realiza a função mais importante de sua existência”, explica o autor sobre o longo tempo da semente à floração e as características de crescimento dessa planta, admirada e cultuada pelos orientais.

O autor

Roberto Otsu nasceu em 23 de fevereiro de 1958, em São Paulo. É graduado em Comunicação Social e em Arte-Educação e estuda as tradições orientais desde 1976. Em 1997, tornou-se divulgador de I Ching e Taoísmo, e desde então tem dado palestras em vários centros de estudos, como a Associação Palas Athena, o Núcleo de Pesquisa e Estudos da Consciência (Nupec). Ministra aulas de Taoísmo na Pós-Graduação em Psicologia Transpessoal da Universidade de Santo Amaro (Unisa) e dá cursos e atendimentos de I Ching em São Paulo.