19 de janeiro de 2009

Brasileiros no Caminho das Índias

Brasileiros no Caminho das Índias




Brasileiros no Caminho das Índias

O ano começa e tudo indica que o mergulho na cultura indiana será grande, tanto nos aspectos de moda e beleza, como na culinária e costumes. A novela “Caminho das Índias” que começa a ser exibida hoje (dia 19) pela Rede Globo de Televisão, vai exibir muitas riquezas dessa civilização regida por muitos deuses e muitas faces de cada um. Uma explosão de cores, acessórios para atrair atenção e maquiagem com os olhos bem marcados.

De acordo com autora do trama, Glória Perez, a novela vai evidenciar muito a questão religiosa e assim como há uma trindade para os católicos: Pai, Filho e Espírito Santo, existe a hindu: Brahma: é o criador do Universo, o senhor de todas as coisas. Dele tudo partiu, a ele tudo retornará; Vishnu: é o consevador do Universo, responsável pela manutenção do mundo, a ordem; e Shiva: é o destruidor, mas não num sentido pejorativo. É ele quem desmorona para fazer renascer, quem provoca o caos para um novo momento. É parteiro de novas possibilidades. “A introdução desses termos funciona como um tempero para dar o sabor da cultura e que passará a ser bom conhecida pelos brasileiros durante a novela”, disse Glória.



Já o mundo de exotismo, cores, vaidades, belezas, religiões e excentricidades ganhará forma com os personagens, que juntamente com a equipe de profissionais formada por cabeleireiros, maquiadores, produtores, figurinistas e roteristas que estiveram na Índia e na região central de São Paulo - onde há uma concentração de indianos -, em busca do máximo de informações e conceitos para dar perfeição aos cenários e figurinos. “Criar, carnalizar, dar vida ao que foi escrito é um ‘barato’ e busco a forma mais orgânica para cada conteúdo”, confirma Marcos Schechtman, diretor da novela.

Segundo ele, “Caminho das Índias” será como uma rota do olhar, um redescobrimento do Brasil através do mergulho na ancestralidade do oriente. A novela tem também consistência nos temas abordados, sem perder o humor, a vitalidade, a fantasia e o romance, tão característicos do gênero que vai evidenciar Maya (Juliana Paes) e Bahuan (Márcio Garcia). “O grande ‘barato’ deste trabalho é exatamente mergulhar numa cultura em que os paradigmas de vida, filosóficos, são outros.Teremos músicas indianas que retratam a renovação cultural e uma trilha incidental específica para as histórias do Brasil e da Índia”, disse Schechtman.



Durante a trama vai ser possível conhecer a vaidade de mulheres e dos homens indianos. Conceitos de acessórios para evidenciar a beleza dos cabelos, expressão dos olhos, além da própria forma de vestir. A figurinista da novela, Emília Duncan, disse que o vestuário indiano é um presente para os sentidos, uma profusão de cores. “Para quem gosta de indumentária, é como beber na fonte”, enfatizou Duncan dizendo que na Índia, as mulheres usam roupas típicas como sáris – um tecido enrolado no corpo – e punjabis – conjunto de calça e bata comprida –, e os homens se vestem comumente como os ocidentais, só que com peças que remetem à década de 70.

Vestuário tradicional

Emília trabalha com licença poética, trazendo o vestuário tradicional, geralmente usado em rituais, para o dia-a-dia e enfatizando a cultura indiana descrita minuciosamente no texto. “As pessoas que vivem no país têm no vestir uma série de símbolos e precisamos torná-los mais claros ao telespectador. As castas são como uma teia e, apenas trabalhando-as de forma mais esquemática, passaremos a sensação que temos quando visitamos o oriente”, finaliza a figurinista.

Por Mariano Rocha
Fotos: Divulgação G1.Globo.com