Cabelo Afro: produções que mantêm
as madeixas sempre na moda |
Quando se fala em cabelo afro-étnico, ou crespos, logo vem à mente
uma cabeleira volumosa pronta para uma transformação radical: o
alisamento. Mas, nem sempre essa é a solução correta. Algumas
mulheres e até homens aproveitam dessa diferença para inovar com
produções diferenciadas.
O portal Hair Brasil ouviu profissionais especializados em executar tratamentos
em cabelo afro e a seguir apresenta soluções que deixarão
homens e mulheres satisfeitos com os crespos.
Os cabeleireiros alertam que antes de qualquer tratamento ou simplesmente um
corte, penteado ou aplicação de cosméticos nos cabelos crespos,
é necessário uma avaliação profunda dos fios para
saber a real condição dos cabelos. Confira:
A coordenadora técnica da Avlon-Brasil, Maria Angela Veríssimo,
explicou que existem produtos específicos à base de aminoácidos,
óleos essenciais e silicones, que deixam os cabelos afros mais hidratados
e saudáveis. “Os fios costumam ser geralmente mais secos, portanto,
é preciso conhecer o cabelo para ditar o tratamento, o estilo de corte
e até os penteados”, disse a técnica que ministra cursos para
cabeleireiros no Centro de Treinamento da Avlon de São Paulo e em outros
estados brasileiros.
Ela produziu três looks diferentes que podem ser aplicados em mulheres
com cabelos crespos. “O mais convencional é o alisado (transformação
química) e posteriormente escovado. Os fios devem ser cuidadosamento alisados,
depois penteados e finalizados com cosméticos específicos.
Como as brasileiras apresentam cabelos cacheados, as que assumem devem realçar
a naturalidade dos crespos. “Os cachos devem ser fixados e podem ser usados
em qualquer ocasião de forma prática e confortável. E, se
o caso for o relaxamento para manter os cachos nas pontas, o ideal é a
utilização de “bobis” seguido de uma escova convencional
para chegar ao efeito desejado. Vale lembrar que os cabelos crespos não
devem ser lavados todos os dias, porque além de perderem proteínas,
ficam mais fracos, sem lubrificação e embaraçados.
Dreadlooks inovam o visual e mantém
a cultura viva no mundo beauty
Ao contrário do que se pensa, os dreadlooks não nasceram com o movimento
rastafari e nem com cantor jamaicano, Bob Marley. O uso de dreads é tão
antigo que se torna impossível datar corretamente quando começaram
a ser utilizados, mas o que se sabe é que povos que habitavam a região
da Índia foram provavelmente os primeiros a se utilizar dos looks, principalmente
por uma questão de praticidade: os cabelos tornavam-se longos e era extremamente
difícil cortá-los, então, deixavam que se enrolassem e com
o óleo natural do couro cabeludo torciam os cabelos para que conservasem
uma forma cilíndrica que diminuia o volume e tamanho do cabelo original.
Porém, os dreadlooks se tornaram famosos e até hoje mantêm
a cultura viva em todo o mundo. Negros, brancos, amarelos, enfim, esse visual
é a forma que muitos procuram para se manter diferentes ou fashions na
sociedade.
Os irmãos dreademakes, Marcos e Kleber Baroni, do salão Maby Cabeleireiros,
em São Paulo, explicam que o estilo tem sido procurado por pessoas com
cabelos crespos e lisos. “Trabalhamos com dreads há mais de 10 anos
e até desenvolvemos agulhas para melhor aplicação da técnica
em qualquer textura capilar”, explicou Marcos.
De acorco com o especialista, existem várias formas de se "dreadar"
o cabelo, as três mais freqüentes são:
Tradicional
O processo consiste em não lavar o cabelo com shampoo ou qualquer outro
produto que possa alisar os cabelos, e a medida que cresce ir enrolando o cabelo
com a palma das mãos formando os dreads. Este é o método
mais utilizado pelos rastafari.
Com cera
Este é seguramente o mais utilizado nos dias de hoje, funciona com qualquer
tipo de cabelo. É necessário que o cabelo já tenha um certo
comprimento, em torno de 10 centímetros ou mais. Depois de embolados todos
os dreads deve ser aplicada a cera de abelha para fixá-los. A manutenção
frequente torna-se necessária para que os cabelos não soltem.
Com agulha
Este processo resulta em dreads mais compactos e limpos. O cabelo é costurado/desfiado
com ajuda de uma agulha. “Algumas pessoas depois disso ainda aplicam a cera”,
explicou Marcos ressaltando que a manutenção consiste em recosturar
os cabelos com a agulha quando soltam alguns fios. É possível também
aumentar os dreads ou fazer apliques. “Também realizamos essa técnica
aqui no salão”, completou.
Segundo o dreadmake que aprimorou a técnica na Europa, é recomendado
lavar os cabelos regularmente com shampoo sem resíduos ou sabonete de coco,
e depois secá-los muito bem com secador e ao sol. “O cabelo afro
dá mais consistência para a técnica, mas o look tem sido a
grande novidade em cabelos lisos e finos também”.
Serviço
Centro Técnico Avlon
Rua Otto de Barros, 333, Saúde, São Paulo
Tel. (11) 5058-6331
Maby Cabeleireiros
Rua Augusta, 2690, Galeria Ouro Fino – Lj 111
Tel. (11) 3085-5149
Por: Mariano Rocha |