Calvície: entenda este distúrbio
que acomete muitas pessoas |
Dr.
Ana Lúcia Récio *
A alopecia androgenética, mais conhecida como calvície, é
um transtorno comum, sendo maior a incidência no sexo masculino. O distúrbio
é geneticamente determinado e a calvície é progressiva e
possui um padrão típico de queda de cabelos para o homem, tendo
em vista a participação direta do hormônio masculino no processo.
Com isso, quando há predisposição genética, os
fios do cabelo vão afinando gradativamente e quase não se nota o
processo. O diagnóstico é feito a partir de uma análise clínica
por observação do padrão de queda e antecedentes familiares.
E o tratamento consiste em aplicação local de substâncias
que estimulam a volta do crescimento dos fios. Outro procedimento é a associação
de medicação sistêmica que atua inibindo a ação
hormonal no folículo piloso (matriz onde nasce o pêlo).
Vale lembrar que, associada à calvície, outras causas podem contribuir
para a queda, entre elas, carência de ferro, alterações da
glândula tireóide, estresse e infecções. Portanto,
quando há suspeita de algum destes problemas, tais fatores também
devem ser pesquisados pelo médico, porque uma vez instituído o tratamento,
este deve ser continuado indefinidamente, pois sua interrupção provoca
rápida reversão ao quadro da calvície.
Entenda como ocorre
A alopécia androgênica ou calvície é uma manifestação
fisiológica que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos.
Não é considerada uma doença e a herança genética
pode vir tanto do lado paterno quanto materno, sendo resultado da estimulação
dos folículos pilosos por hormônios masculinos, que começam
a ser produzidos na adolescência.
Sob a ação de uma enzima, a 5-alfa-redutase, a testosterona transforma-se
em diidrotestosterona (DHT), hormônio responsável pelo afinamento
dos cabelos e diminuição progressiva dos folículos, que tem
seu ciclo de vida normal encurtado. O resultado final é a calvície.
No homem, a queda contínua dos cabelos leva à rarefação
e ao afastamento da linha de implantação para trás. A progressão
do quadro leva à calvície, caracterizada pela ausência de
cabelo na parte superior e frontal da cabeça, sendo rara nas áreas
laterais e posteriores.
A produção excessiva de oleosidade e descamação
no couro cabeludo (caspa), também podem contribuir para agravar a calvície.
Geralmente quem tem calvície tem o couro cabeludo oleoso e, portanto, é
importante lavá-los diariamente.
Caspa não é doença. E sim, uma característica constitucional
do individuo. Portanto, usar shampoo para cabelo oleoso é regra e deve
ser utilizado sempre, até na época do inverno. Vale lembrar que
o tratamento precoce da predisposição à calvície é
a melhor opção, pois é necessário prevenir enquanto
o cabelo não caiu na sua totalidade.
* Dra. Ana Lúcia Récio é dermatologista, especializada
pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Também é membro da Sociedade
Francesa de Mesoterapia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica,
da Academia Americana de Dermatologia e membro fundadora da Sociedade Brasileira
de Laser e Cirurgia.
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