02 de abril de 2007

Calvície: entenda este distúrbio que acomete muitas pessoas

Calvície: entenda este distúrbio que acomete muitas pessoas



Calvície: entenda este distúrbio
que acomete muitas pessoas

Dr. Ana Lúcia Récio *

A alopecia androgenética, mais conhecida como calvície, é um transtorno comum, sendo maior a incidência no sexo masculino. O distúrbio é geneticamente determinado e a calvície é progressiva e possui um padrão típico de queda de cabelos para o homem, tendo em vista a participação direta do hormônio masculino no processo.

Com isso, quando há predisposição genética, os fios do cabelo vão afinando gradativamente e quase não se nota o processo. O diagnóstico é feito a partir de uma análise clínica por observação do padrão de queda e antecedentes familiares. E o tratamento consiste em aplicação local de substâncias que estimulam a volta do crescimento dos fios. Outro procedimento é a associação de medicação sistêmica que atua inibindo a ação hormonal no folículo piloso (matriz onde nasce o pêlo).

Vale lembrar que, associada à calvície, outras causas podem contribuir para a queda, entre elas, carência de ferro, alterações da glândula tireóide, estresse e infecções. Portanto, quando há suspeita de algum destes problemas, tais fatores também devem ser pesquisados pelo médico, porque uma vez instituído o tratamento, este deve ser continuado indefinidamente, pois sua interrupção provoca rápida reversão ao quadro da calvície.

Entenda como ocorre

A alopécia androgênica ou calvície é uma manifestação fisiológica que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos. Não é considerada uma doença e a herança genética pode vir tanto do lado paterno quanto materno, sendo resultado da estimulação dos folículos pilosos por hormônios masculinos, que começam a ser produzidos na adolescência.

Sob a ação de uma enzima, a 5-alfa-redutase, a testosterona transforma-se em diidrotestosterona (DHT), hormônio responsável pelo afinamento dos cabelos e diminuição progressiva dos folículos, que tem seu ciclo de vida normal encurtado. O resultado final é a calvície.

No homem, a queda contínua dos cabelos leva à rarefação e ao afastamento da linha de implantação para trás. A progressão do quadro leva à calvície, caracterizada pela ausência de cabelo na parte superior e frontal da cabeça, sendo rara nas áreas laterais e posteriores.

A produção excessiva de oleosidade e descamação no couro cabeludo (caspa), também podem contribuir para agravar a calvície. Geralmente quem tem calvície tem o couro cabeludo oleoso e, portanto, é importante lavá-los diariamente.

Caspa não é doença. E sim, uma característica constitucional do individuo. Portanto, usar shampoo para cabelo oleoso é regra e deve ser utilizado sempre, até na época do inverno. Vale lembrar que o tratamento precoce da predisposição à calvície é a melhor opção, pois é necessário prevenir enquanto o cabelo não caiu na sua totalidade.


* Dra. Ana Lúcia Récio é dermatologista, especializada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Também é membro da Sociedade Francesa de Mesoterapia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, da Academia Americana de Dermatologia e membro fundadora da Sociedade Brasileira de Laser e Cirurgia.