20 de setembro de 2004

Cirurgia plástica em jovens requer cautela

Cirurgia plástica em jovens requer cautela



Cirurgia plástica em jovens requer cautela

Segundo um levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps), o número de intervenções plásticas em jovens abaixo de 20 anos subiu 42% no Brasil em 2003. Os adolescentes já representam, desta forma, cerca de 11,4% do total entre as faixas etárias que se submetem a cirurgias estéticas.

Para a Dra. Deusa Pires Rodrigues, cirurgiã-plástica e Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, para quem ainda não atingiu a maioridade corporal é recomendada cautela antes de se submeter a uma intervenção plástica. “O ideal antes de passar por qualquer cirurgia, é o adolescente, junto com os pais, avaliar a real necessidade de uma intervenção nesta idade. Se os motivos são puramente estéticos, é melhor esperar que o organismo atinja o desenvolvimento necessário”, afirma

Ela explica que isto acontece porque a formação da fisionomia humana, tanto facial quanto corpórea, só se firma ao final do crescimento, conhecido como maturidade óssea. Existem exames que determinam a idade óssea do paciente e auxiliam no seu diagnóstico, embora o ideal seja esperar o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, como pêlos, barba e mamas. “Quando estes sinais forem evidentes, existe mais segurança para uma intervenção cirúrgica, sem alterar o desenvolvimento normal do corpo.”

De acordo com a especialista, apenas anomalias congênitas ou más formações estéticas justificam a intervenção cirúrgica em crianças ou jovens. Para ela, é importante distinguir reparações necessárias de correções estéticas. “Ao contrário de anomalias genéticas, as cirurgias puramente estéticas, sobre um tecido que ainda não se desenvolveu, não são recomendadas. Não porque o motivo seja fútil, mas porque a alteração de tecidos antes de sua maturação final pode resultar em distorções”, comenta.