14 de novembro de 2008

Depois do G 20 Henrique Meirelles fala aos empresários do LIDE

Depois do G 20 Henrique Meirelles fala aos empresários do LIDE



Depois do G 20 Henrique Meirelles
fala aos empresários do LIDE

Presidente do Banco Central diz que o credito
começa a voltar ao mercado.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi um dos palestrantes do seminário “Atitudes Positivas para Enfrentar a Crise”, evento promovido esta semana em São Paulo pelo LIDE - Grupo de Líderes Empresariais.

Em seu discurso Meirelles enfatizou que cada país sofre de um problema diferente em função da crise e, portanto, são necessárias medidas diferentes. O presidente do Banco Central exemplificou o caso da China, que anunciou um pacote de medidas para elevar o seu consumo interno, como estratégia de compensar as vendas menores de sua indústria para o mercado externo. “No Brasil, por exemplo, ainda não há problema de consumo. Diferente de outros países o Brasil tem um forte mercado interno, que pode ter alguma redução no consumo, mas as pessoas não vão parar de se vestir, comer, etc. Nos últimos 12 meses foram criados 2 milhões de novos empregos. E neste momento de crise mundial o Banco Central do Brasil tem liquidez e condições melhores do que vários outros países.”, disse Meirelles.

O presidente do Banco Central, também explicou a origem da crise financeira internacional e fez uma comparação com a crise de 1929, além de destacar as ações que vêm sendo adotadas pelo mundo, em diferentes países, para minimizar seus efeitos.

Questionado sobre uma possível redução na taxa de juros no Brasil, como já acontece em outros países, Meirelles fez novas comparações, mostrando que existem países como a Hungria onde a taxa de juros subiu, e não sinalizou qualquer tendência para a próxima reunião do Copom. “O que podemos dizer é que estamos trabalhando sério. Tomaremos as medidas mais adequadas para o País. Nossa política monetária tem por finalidade manter a estabilidade econômica do Brasil”, disse Meirelles.

Ele também destacou alguns pontos positivos do Brasil para enfrentar a crise:

• Medidas para promover liquidez em dólares, direcionando recursos para o financiamento das exportações
• Recursos adicionais para o crédito agrícola
• Mercado interno fortalecido
• Crescimento da classe média e da distribuição da renda
• Mês de setembro registrou boas vendas
• Destravamento do crédito interbancário
• A volta do crédito ao mercado

Para o presidente do Grupo Couromoda/Hair Brasil e membro do LIDE, Francisco Santos, Meirelles tem sido o Ministro mais importante do Governo Lula e sua presidência no Banco Central demonstra toda a sua competência trazida da iniciativa privada.

“As medidas que tomou para enfrentar a crise preservaram o Brasil e diminuíram seus efeitos e tudo indica que o país sairá dela melhor do que quando entrou”. Sobre o setor coureiro/calçadista Santos enfatiza: “Nosso setor vive a economia real e não se alavancou em aventuras financeiras. Também não temos empresas na Bolsa (exceção da Alpargatas) e as indústrias estão com sua situação financeira saudável. Acredito que o crédito para produtos como bolsas e calçados não será afetado e vamos ter uma grande Couromoda em janeiro de 2009”.

Além do presidente do Banco Central o Seminário teve apresentações de Jorge Gerdau, presidente do Grupo Gerdau, e Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, além de intervenções de personalidades importantes do cenário econômico e político do País, como o senador Aloizio Mercadante.

Índice Lide-FGV
Durante o Seminário do LIDE foi divulgado o Índice LIDE – FGV de Clima Empresarial, realizado mensalmente com os presidentes de empresas presentes no evento. Segundo a pesquisa, para 67% dos entrevistados, a principal preocupação da sua empresa, hoje, está relacionada com redução na oferta de crédito – esse índice era de 36% em outubro. Por outro lado, 70% dos executivos pesquisados afirmaram que os empregos em suas empresas serão mantidos (contra 64% de outubro) e outros 15% ainda pretendem ampliar seu quadro de funcionários.

Para 60% dos empresários entrevistados, os planos de investimentos de sua empresa estão sendo mantidos (eram 66% em outubro), enquanto 17% afirmaram que pretendem ampliar os investimentos (em outubro, o percentual era de 12%). 58% dos executivos também afirmaram que a rentabilidade da sua empresa será mantida (contra 46% no mês passado), enquanto 15% esperam que ela aumente (12% em outubro).

Jorge Gerdau, presidente do Conselho do Grupo Gerdau, apresentou o painel: “Crise: Separando a Realidade do Risco” João Doria recebe o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles A empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, falou sobre “O Papel da Comunicação para Vencer a Crise e Fortalecer o Mercado”