06 de julho de 2010

Dilma Rousseff fala para empresários do LIDE e garante que dará prioridade à reforma tributária

Dilma Rousseff fala para empresários do LIDE e garante que dará prioridade à reforma tributária



Dilma Rousseff fala para empresários do LIDE
e garante que dará prioridade à reforma tributária


A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, foi a palestrante do almoço-debate promovido pelo LIDE – Grupos de Líderes Empresariais, que aconteceu no último dia 5, em São Paulo. O evento contou com a presença de 486 empresários, entre eles presidentes das principais empresas do país. Francisco Santos, presidente do Grupo Couromoda/Hair Brasil, fez parte da mesa debatedora.

“As perspectivas para o crescimento social e econômico do país” foi o tema do debate. Dilma abriu sua apresentação falando sobre a inserção do Brasil no cenário da economia mundial e a erradicação da miséria. Segundo a candidata, 24 milhões de brasileiros saíram da pobreza, mas ainda faltam 19 milhões.

O aspecto econômico e social e sua conjuntura para o fortalecimento do mercado interno também foram abordados pela candidata do PT. Ela ressaltou que uma economia desenvolvida e equilibrada deve proteger seus jovens e crianças e investir na educação. “É fundamental para o governo ter uma política educacional, e devemos levar em conta que a população em idade ativa no Brasil é maior que a de idosos e crianças”.

Reforma Tributária
A reforma tributária foi a primeira pergunta feita pelos empresários para a candidata à Presidência da República. Dilma disse que ela terá prioridade em seu governo, no caso de vitória nas urnas. Para Dilma, a reforma é a única maneira de se dar um salto de competitividade, de forma a colocar o Brasil entre o grupo de países desenvolvidos.

Dilma Rousseff e João Doria
“O sistema tributário brasileiro é caótico. Não só pela complicada sobreposição de tributos, como pela complexidade pouco transparente”, disse a candidata, que é ex-ministra da Casa Civil e que nesta segunda-feira protocolou o registro de sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com a candidata, a reforma tributária passa necessariamente pela desoneração de todos os investimentos. Além disso, ela defendeu também o fim da tributação sobre a folha de pagamentos. “Hoje nós penalizamos mais quem emprega mais”, explicou ela, acrescentando que o Tesouro Nacional precisaria de medidas compensatórias para a Previdência, caso a desoneração seja realizada. “Mas não é para sempre. Haverá um tempo de espera. Depois veremos uma ampliação da arrecadação com o crescimento no número de trabalhadores formais na economia brasileira.”

Também foram incluídos na lista de itens a serem desonerados, segundo a ex-ministra, os medicamentos e as tarifas de energia elétrica. “Como este último gera impactos sobre os Estados, precisaríamos pensar em uma forma de fazê-lo sem provocar uma crise fiscal.”

Infraestrutura
Ao ser questionada sobre os investimentos em infraestrutura, Dilma reconheceu que será preciso um esforço muito grande para acelerar as obras nos aeroportos brasileiros, principalmente em função da realização da Copa do Mundo no Brasil. No entanto, afirmou que os avanços do governo federal nos últimos anos foram superiores em pelo menos 100% em relação ao que havia antes. Além de citar os avanços nas obras de ferrovias e mencionar que foram feitas licitações para obras em todos os portos do País, Dilma ainda argumentou que os investimentos em saneamento básico subiram de R$ 274 milhões para mais de R$ 40 bilhões nos últimos oito anos.

Movimento dos Sem Terra
Quanto às ações do Movimento dos Sem Terra (MST), a candidata petista repetiu que não irá “compactuar com a ilegalidade”. “Mas não iremos reprimir estamos abertos ao dialogo”. Ela avaliou que, na atual conjuntura, o MST tem menos razões para reivindicar. “Investimos pesado em programas de agricultura familiar. Hoje os pequenos agricultores têm renda, recebem financiamento e assistência técnica. Isso sem falar no programa Luz Para Todos, que é fantástico”, explicou.

João Doria Jr, Aloizio Mercadante, Dilma Rousseff e Marta Suplicy
Política externa
No segmento de política internacional, Dilma destacou que “lideranças regionais não podem resolver questões com conflitos desnecessários”. “É prudente que os governantes guardem para si suas opiniões pessoais sobre outros governos. Vamos nos manifestar apenas em casos de golpe de Estado”, afirmou a candidata, acrescentando ter sido contra, por exemplo, a invasão dos Estados Unidos ao Iraque. “Só se toma posições deste tipo quem está querendo romper com outros governos. Eu não quero romper relações com ninguém”.

Saúde publica
Para Dilma, a saúde publica no Brasil vai chegar ao patamar dos países desenvolvidos. Para ela, o SUS – Sistema Único de Saúde é um sistema incompleto. “Sou a favor de unidades de saúde 24 horas e policlínicas especializadas. Necessitamos de uma gestão de saúde mais eficiente”.

Reeleição
Por último, ao ser questionada sobre sua posição a respeito da reeleição e se, em caso de vitória, deixaria o cargo após quatro anos para que o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva pudesse concorrer, a ex-ministra disse apenas: “Quando chegar a hora, a gente discute.”

José Serra
O almoço com o candidato do PSDB e ex-governador de São Paulo, José Serra, está programado para o dia 26 de julho, também em São Paulo, reunindo, mais uma vez, os principais empresários do país. Francisco Santos fará parte da mesa debatedora.

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