27 de agosto de 2007

Médicos estudam proibição de turismo para cirurgia

Médicos estudam proibição de turismo para cirurgia



Médicos estudam proibição
de turismo para cirurgia


Pacotes turísticos que incluem cirurgias plásticas poderão ser proibidos. O Conselho Federal de Medicina (CFM) estuda um texto de resolução para impedir a prática. A entidade alega que a negociação quebra a relação entre médico e paciente, além de igualar o ato médico ao comércio.

Antônio Gonçalves Pinheiro, médico e conselheiro do CFM, ressaltou que atualmente a pessoa compra de uma agência de turismo um nariz, uma mama e outros serviços cirúrgicos como se estivesse comprando um produto. “Entendemos que a intermediação quebra a relação médico-paciente. O correto seria que o paciente fizesse uma consulta para saber se pode fazer determinado procedimento", argumenta o conselheiro do CFM.

Segundo Dr. Pinheiro, um dos responsáveis pelo texto da resolução afirma que somente o cirurgião pode analisar se a pessoa tem condições de se submeter a determinada cirurgia. "Quem tem que dar o diagnóstico é o médico e não um intermediador. O histórico do paciente, o tipo de pele, a cicatrização, devem ser analisados antes da marcação de uma cirurgia", disse.

O médico alerta ainda que além de proteger o paciente, o conselho quer evitar que os cirurgiões sejam responsabilizados por problemas. "O médico é quem vai ser responsabilizado caso ocorra qualquer conflito posterior ao procedimento cirúrgico".

Já o presidente da Associação Brasileira de Agência de Viagens, Luiz Strauss de Campos, defende os pacotes. "Isso é saudável para todos os envolvidos, desde que as clínicas sejam legalizadas e que se cumpra a lei. Muitos pacientes vêm dos Estados Unidos e da Europa porque a qualidade dos cirurgiões brasileiros é muito boa. Além disso, os preços aqui são muito mais baixos. Para as agências isso é bom porque esses clientes ficam mais tempo no país."

Fonte: Jornal O Dia