Salões de beleza movimentam mais de R$ 3,6 milhões por ano

A expectativa de crescimento médio anual de 10,2% entre 2015 e 2019 mostra que o setor continua sendo um potencial de investimento. Terceiro maior mercado de beleza do mundo, o Brasil perde apenas para a China e os Estados Unidos, conforme mostram os dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).

Pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), com base na Pesquisa de Orçamento Familiares (POF) do IBGE revelou que, anualmente, as famílias brasileiras gastam R$ 20,3 bilhões com serviços de cabeleireiros, barbeiros, manicures e pedicures. Esses gastos são 18% superiores às despesas com cursos regulares de educação e também com alimentos básicos como aves e ovos, cujo gasto anual é de R$ 19,86 bilhões.

Segundo o Sebrae, o setor de salões de beleza teve faturamento anual de R$ 3,6 milhões em 2015, números que representam 99,6% desse mercado. Mas, mesmo em um ano difícil economicamente, com importantes setores do mercado se retraindo, a área de beleza e cuidados pessoais conseguiu ter bom desempenho. Segundo o relatório da Mintel, Brazilian Lifestyles 2015 (Estilos de Vida do Consumidor Brasileiro), a expectativa é de que haja um crescimento médio anual de 10,2% entre 2015 e 2019.
Ainda de acordo com a Mintel, entre 2010 e 2014, o índice foi de 13%, sendo que entre 2011 e 2012 o mercado cresceu 16% contra 13% entre 2012 e 2013 e 10,8% entre 2013 e 2014. Mas, apesar de os números atuais não serem tão elevados quanto nos últimos anos, mesmo assim ainda são bastante significativos. A crise na economia, assim como a alta da inflação e a queda de poder aquisitivo dos brasileiros são responsáveis por essa baixa, mas segundo especialistas, o mercado ainda é um potencial de investimento.

Empreendedores da beleza
De acordo com o Sebrae entre os microempreendedores individuais (MEIs), que são profissionais que faturam até R$ 60 mil por ano, a categoria que mais cresceu foi aquela ligada aos serviços da beleza. Entre 2010 e 2015, o número de registros nesse segmento foi multiplicado por cinco – um aumento de 567%. Isso quer dizer 482,4 mil novos empreendedores no setor de beleza legalizados no país, com um aumento de sete mil empreendedores individuais (EI) por mês, ao segmento, segundo dados do Sebrae.

Só na cidade de São Paulo, abre-se mais salão de beleza do que lanchonetes. Entre 2012 e 2013, o Estado de São Paulo registrou um crescimento de 48,2% no número de micro empreendedores individuais (MEI) com atividades no ramo da beleza. No Brasil são abertos cerca de 7 mil salões de beleza por mês. Mas, para o Sebrae esses números são bem maiores, já que estima-se que apenas 20% dos negócios de beleza no país são formalizados atualmente. Dessa forma, o número real de salões de beleza no país pode ultrapassar a casa de 1 milhão.

Em 2016 o órgão acredita que a tramitação do projeto de lei complementar 133/2015, que promete aumentar a regulamentação do mercado é um dos fatores que irá impulsionar o setor. Segundo o Sebrae, o objetivo do projeto é estabelecer regras de parceria entre profissionais dos salões de beleza, definindo os papéis dos terceirizados, comissões e relações de trabalho.
Para o Sebrae, sejam negócios informais, pequenos ou grandes negócios, o setor da beleza ainda possui bastante espaço para empresas e empreendedores que trabalham qualidade e investem em diferenciais competitivos, independente se o foco do negócio está nas classes A e B ou C e D. Isso pode ser notado no segmento de beleza masculina, que cresceu mais de 100% nos últimos dois anos, visto o aumento das barbearias, que voltaram repaginadas em estilo vintage e agregando diferenciais, como bares e salões de jogos para agradar seus clientes.

Feira mostra a força do setor
A última edição da Hair Brasil que aconteceu de 16 a 19 de abril, em São Paulo, foi uma demonstração clara da força e potencial do setor de beleza. Durante quatro dias, a feira apresentou as novidades de mais de 900 marcas voltadas para o profissional da beleza.
Para Jeferson Santos, diretor da Hair Brasil, a indústria está se posicionando de maneira cada vez mais profissional e um bom exemplo foi o crescimento que a feira teve de participação de micro e pequenas empresas, que estiveram na Hair Brasil com o apoio do Sebrae".