Setor comemora crescimento de 44% nos investimentos em beleza
Cortar o cabelo, pintar, escovar e realizar outros tratamentos nunca esteve tão em alta entre os brasileiros. É o que aponta um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo – Fecomércio desenvolvido a partir de dados das duas últimas Pesquisas de Orçamento Familiar (POF) do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –, realizadas no País em 2002 e 2008. De acordo com o estudo, os gastos com cabeleireiro cresceram 44% nos últimos seis anos. As famílias da classe B são as que mais gastam com cabeleireiros, R$ 281 milhões por mês, seguidas das classes D e C, que gastam, respectivamente, R$ 236, 5 milhões e R$ 208,9 milhões mensais. O alto investimento em beleza e bem-estar fez com que os cabeleireiros movimentassem R$ 1,01 bilhão por mês em 2008. Muitos deles reinvestiram o lucro na prestação de serviço do salão e em obras de ampliação, numa espiral de crescimento. “Nos dois últimos anos o número de clientes do meu salão triplicou, dobrei o número de colaboradores, aumentei o número de cadeiras e investi cerca de R$ 130 mil em ampliação”, revelou Sylvio Rezende, proprietário de dois salões em São Paulo. Para se ter ideia do aumento no número de atendimentos, em apenas dois anos Rezende passou de 150 tubos de tintas gastos por mês no salão para 350. “Antes muitas mulheres pintavam o cabelo em casa e vinham ao salão apenas para escovar. Hoje em dia isso mudou. Elas vêm fazer serviço completo, esperam ser muito bem atendidas e não perguntam quanto custa”, afirmou. O hairstylist acredita que o boom do setor de beleza crescerá a passos agigantados até o ano de 2015 e que até lá é preciso planejar o crescimento. “Acredito que o profissional que souber se desenvolver de forma programada vai se dar bem. A isso, eu aplico uma fórmula: atendimento de qualidade e personalizado”, contou Sylvio Rezende. No mesmo caminho está Roberto Capelli, proprietário de três salões de mesmo nome na capital paulista. “As clientes estão mais exigentes e nos obrigam a oferecer sempre serviços novos e atualizados. Não consigo medir o aumento no número de atendimentos, mas sei que ele é real e o que mais me chama a atenção é a mudança do mercado como um todo, principalmente na forma como se consome a beleza”, afirmou o profissional, que cuida da beleza de homens e mulheres há 30 anos. “Recentemente chegou às minhas mãos uma reportagem que dizia que a oferta dos serviços de beleza nas redes de compras coletivas já era de 31%, um valor impressionante. Isso muda consideravelmente o comportamento do mercado e a forma como se consome os serviços, e os profissionais precisam estar atentos para dar retorno imediato a tanta demanda”, observou o profissional. Espelho, espelho meu
Por Juliana Lorenzato |