Um
novo ácido que promete esculpir o rosto,
adiando as cirurgias plásticas
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Fonte: Revista Beleza
Por: Genia Winitzki
Chama-se sculptra a futura sensação nos consultórios dos
dermatologistas e, antes que você pense em máquinas que reduzem medidas
e transformem o corpo, vai a explicação: trata-se de um ácido,
o poli-l-lático (PLLA), em vias de ser liberado pela Anvisa, que muda radicalmente
o conceito de preenchimento. Prioneiro no uso do ácido, o médico
holandês Danny Vleggaar, explica que “o rosto dever ser tratado sempre
de forma tridimensional, possibilitando que o especialista transforme sombra em
luz”. Para os leigos, a frase do Dr. Vleggaar implica em preencher, com
mão de artista, todos os planos do rosto que exigem um up e não
apenas rugas, sulcos e cicatrizes, por isso a tendência de produtos que
têm a capacidade de alterar o contorno facial, apresentando efeitos semelhantes
ao de um lifting.
O que faz o sculptra, portanto? Mais que preencher, ele estimula a síntese
do colágeno (proteína capaz de sustentar os tecidos), aumentando
a espessura da pele e melhorando o visual, respondem as doutoras Lígia
Kogos e Valéria Campos, presentes ao Simpósio Internacional que
anunciou a chegada do sculptra ao mercado brasileiro. O resultado vai além,
diz Valéria Campos: “Ele permite esculpir o rosto, o que é
fundamental, porque, com o passar dos anos, além de perder, temos uma redistribuição
da gordura facial”. “Outra vantagem adicional do PLLA”, completa
Ligia Kogos, “é que podem ser colocado nos locais onde outros materiais
não surtiam efeito, como pescoço, flacidez do contorno da face,
acima do umbigo e, o mais procurado, o dorso das mãos”.
Além dos preenchimentos, outra novidade promete tomar conta do diz-que-diz
da beauté: são os cosméticos que fazem síntese das
mais recentes teorias do megadermatologista americano Nicholas Perricone, o inventor
do DMAE. É dele a recente linha de neuropeptídeos (dois produtos
já estão à venda no país: Neuropeptide Facial Conformer
e Neuropeptide Serum Prep), que procura estimular e usar a capacidade de auto-reparação
do corpo para manter a juventude da pele e reduzir o envelhecimento prematuro.
Perricone explica que os níveis de neuropeptídeos – partículas
de aminoácidos encontradas em atividade no cérebro e na pele –
diminuem com a idade, doenças, má nutrição e depressão,
reduzindo a habilidade do corpo em se proteger e reparar as estruturas da pele.
Na esteira das pesquisas de Perricone surgiu o que vem sendo chamado de neurocosmética:
a Vital Especialidades. Por exemplo, lançou, em janeiro deste ano, o Neuroxyl
(à venda em farmácias de manipulação) para combater
a chamada neurodegeneração (morte dos neurônios), conservando
a “inteligência” e a jovialidade da pele, segundo a dermatologista
Shirley Borelli. Também em farmácias de manipulação,
o Happybelle PE®, da Galena, com fitoendorfinas extraídas da monk’s
pepper, ou pimenta dos monges, uma especiaria muito utilizada na Grécia
antiga para provocar sensação de bem-estar ou tratarem feridas e
inflamações. Aqui, embora dentro do filão da neurocosmética,
o conceito é outro: as fitoendorfinas têm ação semelhante
às endorfinas, que proporcionam sensações de prazer e bem-estar.
Ligia Kogos explica que a pele tem os chamados receptores opióides,
capazes de se ligar aos neurotransmissores. Isso quer dizer que substâncias
químicas como as endorfinas, que normalmente agem no sistema nervoso, transmitindo
impulsos e sensações, podem ser captadas para agir na pele influenciando-a
através de nossos diferentes estados emocionais. “A relação
entre os receptores da pele e o cérebro ajuda a explicar como doenças
que se manifestam no sistema nervoso – o estresse, por exemplo – provocam
dermatites, alergias e queda de cabelo. Na busca pela qualidade de vida, os hidratantes
irão além da prevenção de rugas”, finaliza o
dermatologista Otávio Roberti Macedo.
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