25 de maio de 2009

Vidal Sassoon disciplina profissionais na Hair Brasil 2009

Vidal Sassoon disciplina profissionais na Hair Brasil 2009




Vidal Sassoon fala sobre a importância da
ousadia e da educação para profissão



A Hair Brasil 2009 foi um verdadeiro celeiro de novidades e surpresas para formação e qualificação de profissionais e entre os ilustres hairstylists que vieram da Europa, EUA e América Latina para apresentar inovações técnicas e ditar moda durante as performances, esteve presente na feira, o mestre da modernidade: Vidal Sassoon que gravou um vídeo para ser mostrado antes da apresentação de sua discípula no Mehasgow, a hairstar Vivienne Mackinder que apresentou tendências by Wella Professionals

Sassoon disse que é sempre uma honra falar para os cabeleireiros brasileiros. Segundo ele, existe muito em comum entre o Brasil e a América do Norte. “Tenho um filho que estudou no Brasil e falamos muito em português em casa. Fui ao Brasil algumas vezes para conhecer o lado criativo dos profissionais e da indústria, e percebi que o brasileiro é muito interessado na educação e isso é importante porque em qualquer ramo, a educação é fundamental para o sucesso”, disse o hairstylist.

O descobridor da geometria nos cortes começou a perceber que os cabeleireiros que visitavam seu salão ficavam tirando fotos para ter como modelo. Nascia aí uma nova era que até hoje inspira profissionais em todo o mundo. “Mas tudo isso é interpretável e depende da inclinação artística do profissional. Acredito que o sucesso vem disso porque num conceito não se trabalha a questão estática, as pessoas se apoderaram do estilo e passam a utilizar e inspirar as outras”, ressaltou o hairstylist.

Revolução cria Evolução: “Primeiro a revolução e depois a evolução? É uma boa pergunta, porque primeiro vem a revolução, e de lá vem a evolução quando os indivíduos que têm a arte mostram o que aprenderam. Fazem do seu modo e como eu disse antes, o importante é fazer o que vem naturalmente e aproveitar o instinto criativo e nosso material de criação são os seres humanos que gostam de cortes, formas e ângulos. Nós, seres humanos, somos tão privilegiados por isso”, frisou Sassoon.

De mentor a prodígio: Os inovadores cortes geométricos de Vidal Sassoon nasceram fora do treinamento clássico. “AprendI as regras antes de quebrá-las. Não precisamos de um avião para recapturar a atmosfera romântica da Espanha, onde, no Hotel London Worchesrter Vidal Sassoon e outros jovens estilistas criavam uma nova onda. A Tarô Line , com ou sem os enfeites de boneca, parecia que iria pegar. Para descobrir novos horizontes foi preciso perder a terra de vista, então a coragem de sentir o medo me fazer ousar. Muitas vezes levamos dois anos para entender uma nova idéia e vê-la entendida”, completou o hairstylist.

Imagem Profissional: “Esta profissão, infelizmente, nem sempre tem tido as melhores imagens. Nós estamos um pouco fora do padrão, não somos médicos ou advogados já que muitos de nós não fomos para grandes escolas. Comecei quando tinha 14 anos, lavava cabeças e ganhava um dólar por semana. Sim, um dólar por semana. Após seis meses tinha dois dólares. A disciplina veio de um chefe. Era tempo de guerra, 1942 e as forças aéreas alemães bombardeavam Londres todos os dias. Nós dormíamos em abrigos. Começávamos a trabalhar às nove horas, mas chegávamos às oito e meia para limpar o chão, os espelhos, o salão. Não havia faxineiras naqueles dias. Estavam todas trabalhando na guerra. E o chefe esperava que tivéssemos vincos em nossas calças, unhas limpas e um senso de arrumação que agora reconheço o quanto é importante. Quando tivemos o salão em Bond Street, os funcionários usavam elegantes ternos acinturados. Muito na moda. Eles tinham que estar na moda. Pessoas como Roger Thompson, ele era um estilista maravilhoso. Ele era meu braço direito em Bond Street. Todo mundo tinha que fazer o que ele fazia. Então sim, a disciplina é importante, aparência é importante. Existem exceções, os carismáticos personagens que se vestem de uma maneira que lhes convém. Isso está ok, mas jeans e tênis, não! Tem que existir um padrão e isso recompensa muito. Padrões, padrões, árduo trabalho e padrões”, finaliza o mestre do modernismo ensinando os profissionais brasileiros a importância da dedicação á profissão e às inovações dela também.