Vinho: da taça à banheira
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Desde
a Antigüidade, as mulheres européias faziam artesanalmente uma máscara
facial com uvas amassadas. Usada para prevenir os sinais do envelhecimento, a
receita se mostrava eficaz graças às substâncias anti-oxidantes
contidas nas sementes e na casca das uvas. Conhecidas como polifenóis,
essas substâncias conquistaram a indústria da beleza nos últimos
dez anos e passaram a fazer parte de cremes anti-envelhecimento, hidratantes,
óleos e esfoliantes. A novidade agora em algumas clínicas estéticas
e spas é complementar o banho com vinho. Com as mesmas propriedades da
fruta, a bebida melhora a qualidade da pele do corpo todo, deixando-a mais firme
e luminosa.
Segundo
Kátia Silva Nunes, pesquisadora nas áreas de Estética e Cosmetologia
e consultora técnica da Dermo Hair, a vantagem do banho de vinho a uma
temperatura tépida é o amolecimento da superfície da pele,
facilitando a penetração mais profunda das substâncias ativas,
favorecendo as fibras de colágeno e elastina. “Em alguns spas o banho
também é utilizado como coadjuvante no tratamento da celulite e
da gordura localizada”, disse.
Kátia explicou que o vinho tinto é o tipo mais
indicado porque a fabricação leva a fruta inteira,
incluindo a casca, onde se concentram os polifenóis.
O vinho branco não tem essa qualidade. “Os especialistas
da vinoterapia também avisam que o álcool e
o açúcar presentes no vinho podem ressecar a
pele. É por isso que algumas empresas já estão
lançando o Banho de Espuma de Vinho Tinto”, afirmou.
De acordo com a consultora, pessoas com pele ressecada devem
fazer o tratamento fora da banheira. Existem clínicas
que utilizam sauna com vapores da bebida e sais de banho.
O calor abre os poros, facilitando a absorção
dos polifenóis. “De qualquer forma, no banho
de imersão, a quantidade de vinho deve ser sempre muito
menor do que a de água. O alerta serve especialmente
para quem se sentir tentada a fazer uma sessão de vinoterapia
em casa.”
A idéia de utilizar a bebida no banho de imersão
surgiu na França, em 1996, a partir das pesquisas realizadas
pela marca Caudalie. A empresa possui o maior centro de vinoterapia
(ou vinhoterapia) em Bordeaux, região famosa por seus
vinhos. No Brasil, a prestigiada vinícola gaúcha
Miolo investiu num centro dos mesmos moldes do concorrente
francês.
Kátia ressaltou que os efeitos da vinoterapia já podem ser experimentados
em alguns conceituado spas no Brasil, onde são usados vários componentes
da uva, mas não o próprio vinho. A sessão começa com
uma esfoliação da pele, só depois a pessoa entra no banho
preparado com óleos e hidratantes à base da fruta e um pó
vermelho com polifenóis. “Este banho aumenta a resistência
dos vasos sangüíneos; protege as fibras de colágeno e de elastina;
revigora a pele, deixando-a mais viçosa; e proporciona alta vitalidade
e luminosidade à pele”, garantiu a consultora.
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