Médicos estudam proibição
de turismo para cirurgia |
Pacotes turísticos que incluem cirurgias plásticas poderão ser proibidos. O Conselho Federal de Medicina (CFM) estuda um texto de resolução para impedir a prática. A entidade alega que a negociação quebra a relação entre médico e paciente, além de igualar o ato médico ao comércio.
Antônio Gonçalves Pinheiro, médico e conselheiro do CFM, ressaltou que atualmente a pessoa compra de uma agência de turismo um nariz, uma mama e outros serviços cirúrgicos como se estivesse comprando um produto. “Entendemos que a intermediação quebra a relação médico-paciente. O correto seria que o paciente fizesse uma consulta para saber se pode fazer determinado procedimento", argumenta o conselheiro do CFM.
Segundo Dr. Pinheiro, um dos responsáveis pelo texto da resolução afirma que somente o cirurgião pode analisar se a pessoa tem condições de se submeter a determinada cirurgia. "Quem tem que dar o diagnóstico é o médico e não um intermediador. O histórico do paciente, o tipo de pele, a cicatrização, devem ser analisados antes da marcação de uma cirurgia", disse.
O médico alerta ainda que além de proteger o paciente, o conselho quer evitar que os cirurgiões sejam responsabilizados por problemas. "O médico é quem vai ser responsabilizado caso ocorra qualquer conflito posterior ao procedimento cirúrgico".
Já o presidente da Associação Brasileira de Agência de Viagens, Luiz Strauss de Campos, defende os pacotes. "Isso é saudável para todos os envolvidos, desde que as clínicas sejam legalizadas e que se cumpra a lei. Muitos pacientes vêm dos Estados Unidos e da Europa porque a qualidade dos cirurgiões brasileiros é muito boa. Além disso, os preços aqui são muito mais baixos. Para as agências isso é bom porque esses clientes ficam mais tempo no país."
Fonte: Jornal O Dia |